Venho eliminando o estatuto do impossível. As imposições atuais
do mundo são apenas lembranças pra que eu repare nos deslumbramentos em devir,
quando os ventos, as folhas, as luminações se unem pra me conjugar com o
cosmos. Como é difícil não ser nem Homem nem Mulher neste corpo que se lembra
dos desejos acostumados. Digo a Ela que com isso fico mais amoroso, ainda que
extenuado. Vi aquela criança que olha pra mim e sorri com o canto da face,
fazendo simultaneidades com atratores estranhos trans-espaciais e desconfio que
ela é minha filha, que nunca nasceu. Toda noite sonho novas realidades, e o
despertar é a escolha às vezes cansada que o dia é pura invenção, ainda que
cravejada de convenções. Pena que a toda hora se escolhe esquecer disso... Meu
(?) inexterior percorre o mundo convidando-O pra Festa da Acontecência. Todos
somos convidados por aquele soslaio de liberdade, mas a preguiça tende a
miopizar a efetivação do convite. Componho uma canção com um jeito meio atonal
pra ser o Hino, até semana que vem, mas esse futuro não me interessa mais. Dou
as mãos para os mortos, que ensinam como Ninguém a viver. Junto as sílabas
gargalhadas na praça e faço delas meu oráculo, e ele me avisa que quase
agorinha não tem mais continuidade, aquele velho demônio almejado pelos
tostados!
Abdiquei de qualquer filiação, só pra amar mais ainda um Pai
e Uma mãe, gaias que escorrem por aí. Aquela história que tem seu
meio no cinema e sua continuação no outdoor, acabou na realidade (tem gente que
viveu mas fingiu morrê-la). Ontem,
naquela conferência de Deuses e deuses, os últimos ganharam a eleição,
declararam estado de transcendência a posteriori não-retroativa. Os Deuses não
entenderam e começaram seu processo de não-existência plena. Alguém te disse
que era uma operação nova, ainda em fase de legitimação, lembra? Lembro, sim. Mas aí, vem um
desreal incomensuráv§
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