“And I'd fall at your feet
And I'd howl at your beauty
Like a dog in heat
And I'd claw at your heart
And I'd tear at your sheet
I'd say please, please
Leonard Cohen
Cheiro, olhar.
Ela suspira ao vê-lo, as
palavras de ambos escorrem em prenúncio, exalando faíscas.
Ele olha com desejo em ternura,
uma combinação muito própria, que apenas ela suscitava. A conversa era pretexto
para pequenos toques, ainda que demorados. Uma mão que pegava a do outro, coxas
que se deslizavam.
Os corações e eletricidades
coreografavam em uníssono, pedindo ao Natural do encontro que este se
estreitasse.
O sorriso belo com tênue
angústia dela solicitava subliminarmente que ele avançasse. O beijo é
inevitável, longo, molhado. As mãos sentiam os suores que despontavam, pois
bastava um beijo, para que o mundo desaparecesse, e só restassem eles. A partir
daí, não havia juiz possível; o casal era cúmplice de seus torpores.
Os corpos eram despidos em uma
diáspora de peças: calcinha, camisa... Cores ainda insistiam na penumbra, que
adensava junto com o desejo.
Ele beijava a boca, o pescoço,
o seio, que se impunha, majestoso. Ela gemia, arfava, ainda mulher, coexistindo
fêmea. O beijo encontrou os Outros Lábios, ela ardia, louca. Ele se torna
rispidez de corpo, necessária. O pau adentra, conquistador entre fluidos que
atestam o prazer, cuja intensidade era medida pelas unhas dela que cravavam nas
costas as marcas do encontro. Cada estocada é uma onda dadivosa, tornando-os
cada vez mais Um, que, simultânea e gradativamente, Explode.
Ela sente o corpo perdendo seu
ser, toda a carne em êxtase e grita seu orgasmo ecoando com todos os amantes
que em algum lugar eram semelhantes. Em agradecimento, toma o pau pra sua boca,
o beija lentamente, quase todo, deixando-o tonto, esvaindo o ego. É aí que,
enlouquecido, a toma por trás e berra “Cú!” penetrando-a com força, fazendo-a
urrar no limite impensável entre êxtase e dor, submissão e permissão, suas mãos
frágeis agarram o lençol, torcendo-o fractais às suas entranhas.
A orquestração os conduz rumo à
outra posição, ele a coloca sobre si e joga seu quadril pra cima, fazendo
ambos, canal e membro, se encontrarem mais uma vez, ela agarra fortemente o
braço do homem, ele bate e segura dono da bunda esplêndida da mulher, ambos
gritam, arfam, suspiram, contemplam o
nascimento de estrelas, de galáxias, a ejaculação explode bucetamente, pra
finalmente desabarem na cama, elétricos, exaustos, plenos.
Entreolham-se, reconhecendo-se
um no outro, se beijam ecoando o amor através de seus corpos, enebriando o
quarto. Acariciam-se cabelos, os toques são ternos, ainda que intensos.
Sorriem, brilham, abraçam-se. Sussurram singelas confissões, eles se pertencem,
visceralmente alegres. Todo o cosmos se refez, às suas vontades.
2 comentários:
Interessante.......
"..visceralmente alegres.Todo o cosmos se refez 'as suas vontades".
Prospectivo e feliz,naturalmente feliz..o conto
Será?
Muito bonito e sensível seu texto!
beijos
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