Druam

Druam tende a ser uma experiência "ficcional" em devir, escrita por Nelson Job, pesquisador transdisciplinar, autor do "Livro na Borogodança", do romance "Druam", entre outros. Site: www.nelsonjob.com.br

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27.2.10

-01. As Egrégoras do Tempo

Época distemporal. Nos remetemos a um "passado" que coexiste. Job ressoa comigo e com este, chamado... Druam? Mas no cosmos de Job?

Grã-Bretanha. "Época Medieval". Esse Druam é triste, pois seu pai foi preso pelo reino. Preso pois profeciava o fim do reino. O rei, então possesso, determinou prisão. Calabouço de pai, dor de filho. As cortesãs debochavam de suas vestimentas simples, camponês. O pai, era. Sua morte desfalece Druam. Mãe e irmã, deixam junto a ele, a plantação de algodão. Fogem pra o nada.

Na viagem, assaltos. Serem assaltados pelos destino ressoou em um assalto criminoso, sobram esperanças fatigadas. A família de Druam habita o em torno do rio, longínquo. Se retira, para despensar. Aviso cósmico, volta-se. Soldados e assassínio das mulheres. Ele chega, chora os corpos. A alma apodrece, sobrando vingança. Sem pensamento, vestígio de homem. Druam continua a morte.

Em mantos soturnos, prolongando a noite, Druam tira a vida de um soldado, agora, voltado ao reino. E o outro. No suspirar ermo desse, ele se depara com sua esquecência. Sou humano? Tornei-me redentor da morte?

Druam envinha-se na taberna. Os fluxos sanguíneos pororocam-se com a bebida de Dioniso, não há mais nada...

Acorda. Transeuntes o acodem. Ele, assustado, órfão, ruma para além. Sem si, sem mundo. Apenas anotações paternas.

Rumo paronde? Vagueia-se, vagueia-se. Teje caverna! Druam adentra na escuridão do mundo, que se torna ele. Toma os cadernos do pai. Esse agora é seu mundo. Alquimia. Premonição. Mística-natureza. E anos.

Muito se emerge. Druam perde seu eu, que desvolta, agora outro. As barbas brancas do tempo são suas. O livro cresceu. A jornada entre mistérios se fez. Eu agora, co-mundo. Os arremedos de fim clamam por sementes. Druam quer em-sinar. Depois de muito, ele volta às cidades.

O antigo reino, como o pai chorou, se desfez. Druam agora chega em um novo reino e prega, na praça. Louco de saber, olhares o temem, o ignoram. Depois de tempo, quanto não sei, seguidores congregam. A caverna atrateia. A egrégora formando. Druam, enfim, mestre.

Cantam, sombrios, profundos. A melodia atravessa as eras, escuto-as. Celebram a vida, a natureza. Ritualiza-se a vida, a vida é ritual. Sabedoria, bela, melancólica, profunda.

Druam adoece. Em seu leito, a menina. Olhos azuis brilham: dor. Ele sabe que ela virá a ser sua grande alastradora, sua dobra no cosmo. A lembrança da menina aquece a solidão. Tão raro me sentir assim, solidão, ainda que necessária. Druam, prenúncio da morte, é querer de mais leveza, uma alegria tardia rola na grama, sorri, gargalha. Promete devir.

Morre. Cantam, fúnebres: seu enterro. Seguidores chorosos deixam uma de suas sandálias cair. Job, atravessando o mero presente, coloca-as no lugar. Nós nos tratamos, através das eras.

Druam fluxa pela luz, encontra a família, feliz. A irmã, é irmã hoje. Um arrepio anuncia as trevas, e vê, nelas, os soldados que matou. Chora o perdão, fachos de luz permutam o perdoar. Druam cumpre sua vida. Os céus se dobram. Além.

O ser verde, mas egípcio, telepata-se: "Ligue os pontos do cosmos, faça com que egrégoras outras se conectem. Assim é o seu fazer."

Eis que aqui(s) estamos.

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